16/05/14

5 Erros que Podem Acabar Com o Seu Sonho de Ficar Rico

 Muitos leitores do Dinheirama que nos escrevem acalentam o sonho de enriquecer e prosperar. Até ai, ótimo, mas grande parte deles quer que isso aconteça da noite para o dia. Se você, é um destes “apressadinhos”, sinto dizer que a educação financeira oferece um caminho sadio, mas não necessariamente simples e fácil.

 
Digo isso porque muita gente quer transformar metal em ouro, ou dívidas em investimentos, de forma rápida e sem sacrifícios. Não é por ai, pois o que fará mesmo muita diferença será sempre sua atitude e os hábitos que você será capaz de manter e alimentar em torno das próprias finanças.
 
5 erros que podem acabar com o seu sonho de ficar rico
 
Dentro da minha experiência ao lidar todos os dias com pessoas em dificuldades financeiras, identifiquei cinco erros graves que podem acabar com o sonho de ficar rico. São erros relativamente comuns, mas que passam despercebidos na correria do dia a dia. Confira.
 
1. Sempre financiar os sonhos de consumo
 
Vivemos em uma sociedade altamente consumista e a vontade de ter as coisas é o que nos motiva a seguir em frente. É a bota fashion da vitrine, o smartphone com o maior número de funcionalidades, o carro que despertará a inveja dos amigos ou mesmo o apartamento dos sonhos, tudo agora.
 
Comprar tudo isso não é um problema, é claro. O problema é que muitas pessoas só são capazes de realizar estes sonhos através de empréstimos e com o dinheiro dos outros (e aqui no Brasil ele é muito caro, como você pode ver clicando aqui).
 
Quem compra assim vive uma situação perigosa: a parcela do financiamento do apartamento + parcela do smartphone novo + parcela da bota fashion + parcela do financiamento do carro = grave problema nas contas e endividamento.
 
De acordo com recente pesquisa da Fecomercio-SP, mais da metade das famílias em São Paulo está endividada e o dado mais agravante é que, para manter o padrão de vida, essas pessoas estão sendo forçadas a contrair novas dívidas.
 
O fundamental é trabalhar firme na questão do planejamento e consumo consciente (clique aqui para dicas neste sentido). Aprender a lidar com a frustração, a esperar e guardar dinheiro para comprar o que quer são outros hábitos prudentes e que dão resultados.
 
Ah, lembre-se também de preferir sempre o pagamento à vista e uma boa negociação (peça desconto sempre!). Mais uma vez, atenção aos pequenos valores de parcelas, que somadas tem o potencial de complicar suas finanças.
 
2. Deixar para investir quando sobra dinheiro
 
Muita gente já tem o discurso pronto: “Não invisto porque nunca sobra dinheiro” ou ainda “No dia cinco o meu dinheiro já acabou”. Duas coisas importantes:
 
O investimento deve ser prioridade na vida, afinal a melhor maneira de conquistar o que queremos é justamente guardando dinheiro e escolhendo para isso os melhores produtos financeiros;
A postura correta é não esperar a sobra para investir. A equação deve ser inversa, isto é, primeiro deve-se separar o dinheiro para investir e, a partir daí, ajustar o orçamento para definir o padrão de vida de acordo com o que o sobrar.
Vale a pena lembrar que muita gente também erra ao investir sem ter definido um objetivo para o investimento (já falamos sobre isso, clique para ler) . Esse erro normalmente acaba trazendo algumas graves consequências: por não saber o que fazer com o dinheiro, as pessoas acabam sucumbindo às tentações de consumo que aparecem.
 
3. Abrir mão de informações sobre finanças
 
Muita gente bate no peito, com orgulho, para afirmar que não gosta de falar sobre dinheiro. Ler um site ou um bom livro sobre o tema, então, nem por decreto. Acredite se quiser, mas esse tipo existe e é mais comum do que você imagina.
 
Ora, o Brasil mudou muito nos últimos 20 anos. A nossa economia vive uma “relativa” estabilidade, com inflação em patamares muito menores do que antes, crescimento econômico pequeno, mas constante, e muita oferta de crédito (com juros altíssimos, é verdade!).
 
Muita gente ainda vive a realidade financeira da década de 80; vivem como os pais e avós vivera, sem analisar as mudanças do cenário econômico e financeiro. Só isso explica, por exemplo. o grande número de brasileiros que preferem investir na caderneta de poupança enquanto existem no mercado diversos produtos muito melhores.
 
Você conhece o Tesouro Direto, por exemplo? Os títulos públicos oferece, há um bom tempo, retorno muito maior que o da poupança e risco igualmente baixo. Quer saber mais sobre Tesouro Direto? Já escrevemos muito sobre o Tesouro Direto (clique aqui para saber mais).
 
A falta de informação de qualidade faz com que percamos excelentes oportunidades. A ignorância financeira é uma vilã que age de forma silenciosa, e aos poucos leva as pessoas a utilizar as ferramentas de maneira equivocada. Isso acontece, por exemplo, com os meios de pagamento, como o cartão de crédito e também com os investimentos.
 
Portanto, é fundamental sair da zona de conforto e buscar mais informação e conhecimento. No Brasil, temos à nossa disposição excelentes livros capazes de contribuir neste sentido. Recentemente, o Conrado Navarro escreveu um guia com 5 livros que podem transformar sua vida financeira (clique aqui para ver quais são).
 
4. Acreditar em esquemas mirabolantes de enriquecimento rápido
 
Já falei sobre isso um artigo recente chamado “Dinheiro fácil? Desconfie das promessas de enriquecimento rápido” (clique e leia). Na realidade, atualmente existe uma próspera indústria que aposta na (boa) vontade das pessoas de enriquecer da noite para o dia.
 
São produtos que surgem vendendo isso na internet, em feiras e através de congressos criados por gente que nunca conseguiu de fato viver o sucesso que tenta vender. A mensagem que fica é que nada vem fácil: a não ser que você tenha sorte para conquistar sua fortuna, você vai precisar suar e trabalhar muito. Para combater esse vício, substitua a palavra “ganhar” por “conquistar”.
 
Para enriquecer, a melhor sugestão é o controle efetivo das finanças e a consciência de que é necessário guardar e investir seu dinheiro com sabedoria, além de tentar caminhos como o empreendedorismo. Uma coisa é certa: o charlatanismo não melhorará sua vida, em hipótese alguma.
 
5. Não ter uma reserva de emergência
 
O quinto e mais comum dos erros, é também o mais grave. Sabemos que emergências acontecem o tempo todo, mas negligenciamos a formação da reserva para elas. Sonhos de uma vida inteira já foram perdidos por falta de uma reserva.
 
Como assim? Na prática, acabamos tendo que tirar o dinheiro que estava guardado para a realização de sonhos e investimentos para cobrir o buraco criado pela emergência – isso quando existe esse investimento, já que a maioria das pessoas conta apenas com o dinheiro para passar o mês e acaba se endividando em momentos sensíveis da vida.
 
Nós já escrevemos e publicamos diversos posts no Dinheirama sobre a necessidade de formar uma reserva de emergência. Veja alguns (clique no que desejar):
 
Reserva de emergência: por que é importante ter uma e como montar?
Os três P’s da reserva de emergência em momentos de crise
Você mantém uma reserva financeira para emergências?
Ao ler estes artigos, ficará claro que a diferença entre o sucesso e o fracasso está, quase sempre, no planejamento e na vontade de transformar a sua realidade em oportunidade. E, convenhamos, quando nos preparamos para surpresas, estamos protegendo a nossa chance de prosperar e aproveitar as oportunidades que aparecem nos momentos de crise.
 
Conclusão
 
Ao formular essas dicas, durante as observações no meu trabalho, percebi que as pessoas ainda têm muita dificuldade em falar sobre dinheiro. Algumas por vergonha, outras por acreditarem sua situação jamais vai mudar (com ou sem educação financeira) e outras porque não aceitam que possuem limitações e não percebem como uma orientação profissional pode ajudá-los a conseguir melhores resultados.
 
A verdade é que esta lista poderia ser maior, especialmente se você, leitor, parar para pensar nas amarras que hoje impedem você de prosperar. Tenho certeza de que você também tem uma visão clara das mudanças necessárias no seu dia a dia. Tem ou não tem?