11/12/12

8 erros que derrubam qualquer or amento

Scarlett O’Hara – personagem de Vivien Leigh em E o vento levou… – levou (trocadilho inevitável) um dos foras mais famosos do cinema. Só que, autoconfiante que só ela, não se deixou abater pela decisão de Rhett Butler (Clark Gable) de abandoná-la, juntou os caquinhos e soltou um “amanhã é um novo dia” antes do the end. Ela pode não ter ido atrás de Rhett naquela hora. Mas a gente teve certeza de que iria depois. Na vida real, no entanto, o “deixar para amanhã” é o primeiro de oito erros clássicos capazes de derrubar a vida financeira de qualquer família.

O economista Luiz Maia, professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco e coautor do blog Educação de Bolso, afirma que quem está com as finanças desorganizadas deve marcar logo uma data no calendário para o dia da virada. E cumprir de uma vez por todas o que prometeu para tantos amanhãs. “Organização é a palavra-chave de um orçamento controlado. É preciso sentar e fazer um controle dos gastos para estabelecer os limites”, lembra o especialista em educação financeira Álvaro Modernell.

Nesta análise inicial já dá para verificar o tamanho do rombo nas contas provocado pelos gastos invisíveis. São aqueles que estão lá, mas a gente esquece deles. Ou finge que não vê. Como o estacionamento do shopping, a pipoca do cinema, o cafezinho depois do almoço, as balinhas de canela. Luiz Maia tem uma sugestão para ajudar na contabilidade dos gastos invisíveis: deixar um valor em dinheiro na carteira (R$ 50, por exemplo) e usá-lo só para pagar essas despesas durante uma semana. Nada de cartão.

Por falar em cartão, “esquecer” as contas parceladas também é um erro clássico entre os problemáticos do orçamento. Especialmente quando na hora de comprar “são só 12 parcelas de R$ 29,90” ou algo parecido. O valor cabe no bolso. Mas uma montanha de prestações pode não caber. Pior ainda é considerar o limite do cheque especial como parte da renda. “Esse erro geralmente só é percebido quando a pessoa está na iminência de quebrar. O cheque especial serve para não deixar a conta descoberta em um caso de emergência. Não é normal usar todo mês”, afirma Maia.

Os erros na administração do orçamento acabam chegando, claro, à poupança. A falta de uma “reserva de emergência” pode se transformar num problemão. “Você precisa desse dinheiro quando surge alguma eventualidade. Senão vai ter de recorrer a um empréstimo e o dinheiro ficará mais escasso ainda”, afirma Álvaro Modernell. E se é para guardar, que a poupança não seja feita só quando o dinheiro sobrar. “Assim nunca vai sobrar. O ideal é separar uma parte do salário no dia em que recebe. Depende de cada caso. Mas 10% já é algo razoável.”

Quer saber outro erro na hora de investir? Não ter objetivos. Faça como Tim Maia e estabeleça motivos. Não para ir embora, mas para guardar dinheiro. Casa própria? Carro? Viagem? Aniversário de 15 anos da filha? Luiz Maia destaca que é importante também é estabelecer as metas de curto, médio e longo prazo e adequar os investimentos a eles. E durante as definições é imprescindível conversar com toda a família. Fazer tudo sozinho é o último dos oito erros e um dos mais graves. Melhor agir como os três mosqueteiros.

* Texto publicado na edição de 11/11 do Diario de Pernambuco