06/05/13

A importância do planejamento financeiro nas finanças pessoais

 O brasileiro fica em média,  150 dias do ano para pagar impostos e taxas governamentais.  Ou seja, de janeiro ao final de maio trabalha par ao governo.

 
De acordo com o Ministério da Previdência, a aposentadoria por tempo de contribuição é de 35 anos para o homem e 30 anos para a mulher. Como resultado, assumindo os 365 dias do ano, o homem e a mulher trabalham aproximadamente 14  e 12 anos (respectivamente) somente para contribuir com seus deveres fiscais.
 
Além disso, enfrentamos ainda gastos mensais quase indispensáveis como aluguel, água, luz, condomínio e os vitais, como, alimentação.
 
Diante dos pífios serviços de educação e saúde, os mais favorecidos, ainda pagam escola particular, cursos de inglês e plano de saúde.
 
Além destes custos “obrigatórios” que deveriam exigir uma reflexão e planejamento das finanças pessoais das famílias brasileiras, ainda temos as outras despesas  como vestuário, lazer, transporte, comunicação, etc. Esses pagamentos são tão comuns e rotineiros que acabam sendo feitos de forma automática e passam despercebidos no orçamento mensal.
 
ADesde a crise internacional revelada em 2008, com a quebra do Lehman Brothers, assistimos um cenário econômico instável, queda no rating de grandes países e empresas, variações constantes no nosso PIB e uma inflação longe do centro da meta.
 
 A crise e as incertezas geradas parecem não intimar os brasileiros, continuamos consumindo de uma forma desenfreada. Uma pesquisa intitulada Educação Financeira do Consumidor Brasileiro que foi realizada pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e SPC Brasil em Fevereiro, revelou que dos 646 consumidores pesquisados em todas as capitais do país, 85% fazem compras sem planejamento, destes, 54% fazem compras por impulso.
 
Para piorar, o PIB não cresce, o crescimento brasileiro de aproximadamente 0,9% em 2012 e de uma projeção de 3% para o final de 2013 5,7% para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).
 
Uma demanda de consumo desacompanhada de uma oferta produtiva, acaba invariavelmente gerando mais inflação, endividamento das famílias e maior lucro dos empresários.
 
Em tempos de crise e instabilidades econômicas, o mais natural seria que as famílias gastassem mais nos bens e serviços de primeira necessidade e menos nos supérfluos, porém não é isso que tem acontecido.
 
A magia da publicidade, as novas tecnologias e os designs sedutores deixam a vida do consumidor mais difícil nessa tarefa. Uma simples reflexão pode ajudar, será que é necessário a troca de carro por um  carro novo? Este smartphone fará tanta diferença? Parcelar no cartão de crédito faz sentido? Meu orçamento comporta uma nova dívida?
 
O brasileiro parece não refletir muito já que o Indicador Serasa Experian de Inadimplência do Consumidor, que é atualizado e divulgado mensalmente pelo Serasa, aponta um crescimento de 14,9% na inadimplência pessoa física em 2012 em relação ao ano anterior. O índice foi impulsionado pelas dívidas em atraso com as financeiras, cartões de crédito e empresas não financeiras (telefonia, fornecedoras de água e luz).
 
Conhecer a real capacidade de pagamento é fundamental para um endividamento mais saudável, uma inadimplência menor, um consumo consciente e uma possibilidade maior de poupança.
 
A questão não é deixar de viver, mas sim gerar maior utilidade para dinheiro que foi trabalhado.