20/09/13

Cinco coisas que você e seu filho devem saber

 É hora de dar o exemplo. Especialistas ensinam como seu filho pode aprender a lidar melhor com a mesada, a poupança e os desejos de consumo:

1.Para ensinar seu filho a administrar o dinheiro, você precisa saber lidar com ele.

Você tem controle sobre suas contas? Sabe onde gasta seu salário? Tem uma poupança ou outro investimento? Educação financeira não está no currículo escolar. Portanto, assim como a educação de valores morais, ensinar a administrar o dinheiro é tarefa dos pais, que, para isso, devem saber como cuidar das suas próprias contas. Fazer planilhas de gastos mensais, não acumular dívidas e poupar dinheiro para situações de emergência são bons exemplos financeiros para você dar ao seu filho.

“Não dá para por as crianças nos trilhos se os pais não conseguem cuidar das próprias finanças”, alerta Reinaldo Domingos, educador financeiro, autor dos livros “O Menino do Dinheiro” e “Terapia Financeira” (Editora Gente) e pai de dois filhos adolescentes.

2. Mais importante do que dar mesada é controlá-la com seu filho.

Dar mesada ou semanada de qualquer valor sem controlar os gastos da criança é o mesmo que jogar dinheiro no lixo. “Mesada não é um dinheiro da criança. É um dinheiro da família, que ela ganha o direito de administrar”, defende Gustavo Cerbasi, consultor financeiro e autor de vários livros, entre eles “Filhos Inteligentes Enriquecem Sozinhos” (Editora Gente). Uma maneira prática de fazer o controle é dar para a criança uma caderneta, onde ela deve anotar todos os gastos. Ao fim do mês ou da semana, vocês somam os valores e verificam para onde o dinhero está indo. Com os registros concretos, é a hora ideal para orientá-la sobre os gastos, especialmente se o dinheiro do mês ou da semana não deu. É preciso ser firme nos limites: se a criança gastou mais do que devia, vai ter de levar lanche de casa, esperar o mês seguinte para comprar a mochila nova que queria ou pagar a diferença nas próximas mesadas.

3. Antes de aprender a poupar, a criança aprende a consumir.

Observe seus hábitos. Das últimas dez compras que fez, quantas eram realmente necessárias? Quantas foram caprichos? De quantas você se arrependeu? Com a cultura do consumismo a todo vapor na televisão, na internet e entre os colegas da escola, os pais precisam mais uma vez dar o exemplo. “Adultos que compram de tudo são exemplos ruins para as crianças. Se a mãe ou o pai são descontrolados, esse é o modelo que a criança vai copiar”, alerta João Batista Sundfeld, economista, professor, consultor e assessor financeiro. E não precisa atender a cada apelo da criança de imediato. “Tem que negociar. Se não é conveniente dar o que eles pede, combine: ‘no seu aniversário você ganha’, ‘você já tem esse’”, ensina.

4. A criança pode e deve mexer com dinheiro antes mesmo de aprender a fazer contas.

Ter uma poupança em nome do seu filho, destinada a um projeto importante do futuro dele, como uma faculdade ou uma viagem de estudos, é uma maneira de mostrar à criança que poupar tem uma recompensa. “Ela precisa entender que o dinheiro que vai sobrar é para realizar sonhos, e ele só vai sobrar se pouparmos”, ensina Reinaldo Domingos. Guardar moedas num cofrinho e manipular o dinheiro na hora de pagar a compra no mercado ou na padaria, sob supervisão dos pais, também são boas ideias. “O ideal é que a criança veja as finanças como algo natural. Jogos ou brincadeiras que lidam com dinheiro, por exemplo, também podem ajudar”, diz Gustavo Cerbasi.

5. Educação financeira é um trabalho contínuo e concreto

Não adianta chamar a atenção do seu filho depois que ele vem pedir dinheiro para o lanche porque gastou todo a mesada em um novo estojo incrível e absolutamente desnecessário. “Não pode falar de dinheiro como sermão. A educação financeira se faz no cotidiano, com conversas de dia a dia”, recomenda Gustavo Cerbasi. E é preciso tomar cuidado, porque é mais fácil desembolsar outros R$ 5 diante do pedido do que tomar a iniciativa de uma conversa mais séria. Mas o investimento na educação vale a pena. “Uma criança que aprende a mexer com dinheiro se torna um adulto mais responsável e mais feliz”, acredita João Batista Sundfeld.