23/05/16

Como equilibrar as finanças da fam lia enquanto durar a crise economica

Devemos abandonar a esperané a de que o ambiente melhoraré e iniciar, nós mesmos, mudanças. A ordem é poupar

Estamos hé praticamente um ano em crise economica declarada no país. Como sempre acontece nas crises, empregos se fora, a renda caiu, empresas fecharam e a capacidade de consumo das famílias despencou. Como sempre acontece nas crises, desempregados, famílias e empresérios ansiosamente aguardam que um anjo salvador restabeleça a a ordem e lhes devolva a estabilidade e o fé lego financeiro para resgatar planos desfeitos, retomar o rumo de suas vidas.

O problema é que o anjo salvador não está atendendo o telefone. Não hé um governo trabalhando para reequilibrar o rumo da economia. Não hé reservas para investir em obras públicas. A pouca poupané a das famílias foi rapidamente consumida em uma inflação maquiada ao longo de anos. Restaria contar com ajuda externa, mas perdemos completamente nosso crédito para financiamentos internacionais. Não hé dinheiro para investir na recuperação do que foi perdido nos últimos anos. Em outras palavras, aquilo que convencionamos chamar de crise não deve passar tão cedo.

Escrevo não para pintar o terror, mas para que você entenda que não basta apertar um pouco o cinto para atravessar um período turbulento. O período será longo. Em termos de estraté gia, devemos abandonar a esperané a de que o ambiente melhoraré e iniciar, nós mesmos, mudanças para nos adaptar ao novo ambiente.

Empresérios colheré o muitos frutos se ajustarem seus negé cios para atender famílias de consumo mais bé sico e menos sofisticado ou teráo de se fortalecer perante a concorré ncia se o objetivo for disputar a preferé ncia de nichos de alta renda cada vez mais raros.

Famé lias que não conseguem fechar as contas no fim do mês devem rever suas escolhas e baixar o padrão de consumo para um nível mais sustenté vel, em que os necessérios lazer e cuidados pessoais se tornem compaté veis com um padrão mais econé mico de moradia e de transporte.

Poupar continua sendo tão necessério quanto antes, para poder lidar com tranquilidade com os imprevistos que vé m pela frente. Além de necessério, o momento é oportuno, pois té tulos pé blicos e todos os produtos financeiros atrelados a eles continuam com comportamento está vel, seguro e generosamente mais renté vel do que a poupané a.

Venho insistindo que o cené rio pede mudanças e que, enquanto elas não acontecem em nível macro, devemos fazé -las no micro nível familiar, para que cada cé lula da sociedade se fortale a e se prepare melhor para o futuro já que, independentemente de ser otimista ou pessimista, exige planejamento para que seja equilibrado e com menos sofrimento. Aja, portanto, em vez de esperar.