Como vencer a crise e controlar as finanças  neste fim de ano
06/11/15

Como vencer a crise e controlar as finanças neste fim de ano

Determined couple using calculator to pay monthly bills

Para ter dinheiro no bolso nesse fim de ano, mesmo com a crise, e se preparar para realizar os objetivos definidos para 2016, planejamento financeiro ainda é mais garantido do que simpatia. O educador financeiro Reinaldo Domingos, autor do livro Terapia Financeira (Editora DSOP), preparou orientações aos brasileiros que querem passar longe da onda de endividamento. Domingos aborda temas variados como quitar dívidas, presentear, curtir as festas e fé rias sem comprometer os recursos para as despesas té picas do início do ano – IPVA, IPTU, matré cula e material escolar – e ainda poupar.

Para não extrapolar as despesas de fim de ano e garantir recursos para 2016
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Evitar compras por impulso: os consumidores devem se fazer algumas perguntas antes de comprar – Estou comprando por necessidade real ou movido por outro sentimento, como caré ncia ou baixa autoestima? Se não comprar isso hoje, o que aconteceré ? Tenho dinheiro para comprar é vista? Se comprar a prazo, terei o valor das parcelas? O acé mulo de parcelas coloca em risco a realização dos sonhos que foram priorizados com a família?
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Planejamento do fim de ano: liste os ganhos do período (renda e ganhos extras como 13é, bonificações e fé rias). Liste todas as despesas – fixas e varié veis. Avalie sua situação financeira. Hé margem para novos gastos? Hé pendé ncias financeiras? Faça a um esforé o para identificar excessos, que geralmente representam 30% das despesas das famílias brasileiras. Avalie quanto poderé reservar para comprar presentes, artigos das festas de fim de ano, preferencialmente é vista. Evite a todo custo entrar no limite do cheque especial e pagar a parcela mé nima do cartão de crédito. Reserve parte do dé cimo terceiro para as despesas do início do ano como IPVA, IPTU, matré cula e material escolar. Cuidado ao parcelar viagens. Pense: será que vale a pena passar dificuldades o ano todo por alguns dias de diversão? Seré que uma viagem mais barata e dentro do planejamentonão traré satisfação?
Planejamento financeiro de 2016: com a crise financeira que promete se prolongar, é fundamental evitar parcelamentos das compras de final do ano. Na empolgação do consumismo té pico da é poca, esquece-se que os rendimentos extras, também té picos do peré odo, não persistiré o pelo ano seguinte. Poré, se o parcelamento for inevité vel, faé a uma planilha em que o valor já comprometido esteja previsto nos meses correspondentes. Sem esse controle, é certo o acé mulo de dívidas e o risco da inadimplé ncia. é assim que inicia-se o ciclo de endividamento que afasta a realização daquilo que realmente traz satisfação e agrega valor é vida das pessoas. Por isso, re na-se com a família para definir os desejos de curto (um ano), médio (até cinco anos) e longo (mais de 10 anos) prazos ou aqueles que se pretende em realizar em 2016 e incorpore o valor mensal necessério para a realização dos mesmos no planejamentomensal do próximo ano. Subtraia o valor desses sonhos da receita. O saldo restante é o planejamentopara as demais despesas mensais.
Para economizar e poupar sempre
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Pesquisar pre o e comprar é vista: Pode parecer difácil, mas, se planejando dé para comprar é vista o que se objetiva. Lembrando que prestações também são formas de endividamentos, já que comprometerá recursos futuros. Além disto, quem pesquisa o melhor pre o paga menos e aumenta a chance de comprar é vista e obter desconto.
Pedir desconto: Um grande problema do brasileiro é a vergonha na hora de negociar, assim, deixe isso de lado, não hé erro nenhum em buscar o melhor pre o. Se um produto custa mil reais e pode ser parcelado em 10 vezes de 100 reais, certamente é vista custaré de 10% a 20% menos.
Reter 10% dos rendimentos: para come ar a construir a independé ncia financeira, deve-se guardar 10% do que ganha. Com o tempo, pode-se partir para um plano de previdência privada para complementar o INSS.
Para ficar livre das dívidasé
Qualquer que seja a dé vida, o consumidor deve investigar o que está levando ele a gastar mais do que ganha, somando dívidas que não consegue pagar e que roubam recursos que deveriam ser destinados para a realização de sonhos. Fazer acordos para pagamentos de dívidas sem antes saber qual é a real capacidade de pagamento, sem cortar excessos, sem ajustar o planejamentoao verdadeiro padrão de vida é um grande risco, além de uma medida paliativa que apenas adia a solu o da causa do problema. Abaixo, algumas medidas para ajudar a quitar dívidas e reequilibrar as finanças .
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Cheque especial – cheque especial é uma das mais altas taxas de juros praticadas no mundo. Procure o gerente da conta e proponha imediato cancelamento dessa linha de crédito, mesmo que esteja utilizando. Proponha troca por uma linha de crédito que não ultrapasse 3% de juros mensais. Caso esteja pagando 100 reais de juros ao mês, proponha um parcelamento do mesmo valor, com prazo alongado. Isto fará com que não tenha mais que pagar juros mensais de 10% – isso faz sua dé vida dobrar a cada 7 meses. Caso o gerente não aceite, o melhor a fazer é poupar para uma futura negociação.
Cartão de crédito – busque negociação com operadora do cartão ou banco. Proponha um parcelamento com juros que não ultrapassem 3% ao mês, e que estas prestações caibam no planejamentofinanceiro mensal. Caso a operadora ou banco não aceite, não faé a acordos que não conseguiré cumprir. Mesmo que o nome seja negativado, guarde dinheiro mensalmente para uma futura negociação. Outra estraté gia é buscar crédito com taxas mais baixas como, por exemplo, o crédito consignado. Mas aten o: não resolve trocar um credor por outro, é preciso resolver e atacar a verdadeira causa do desequilé brio financeiro.
Financiamento de casa – Para a maioria dos brasileiros a compra da casa pré pria é um sonho que sé é possé vel realizar adquirindo uma dé vida – o financiamento imobilié rio. Em boa parte dos casos, o que impede o pagamento das prestações da casa são os gastos supé rfluos. Se está difácil pagar as prestações, o melhor a fazer, além de cortar excessos de gastos, é procurar a financiadora e propor um alongamento da dé vida, adequando a prestação é real capacidade de pagamento. Caso não consiga a renegociação, estude a possibilidade de trocar esse imé vel por um de pre o inferior.
Carro – um ve culo não é investimento e, si, um bem de consumo. A prestação em si nem sempre é o motivo da dificuldade de custear esse bem – embora ao final do financiamento a pessoa tenha pagado por dois ve culos e levado apenas um. O verdadeiro problema está na manuten o do ve culo, cujo custo mensal equivale, em média, a 3% do valor do carro. A manuten o de um ve culo de 20 mil reais, por exemplo, tem um custo de aproximadamente 600 reais mensais – gasolina, seguro, licenciamento, IPVA, entre outros. Portanto, é importante analisar o custo-benefício da compra do ve culo. Se té -lo é uma necessidade e está difácil pagar é melhor rever o planejamentoe tentar renegociar o prazo da dé vida com prestações que realmente caibam no bolso, considerando todas as demais despesas já assumidas. Se a renegociação também não for possé vel, o melhor é buscar um advogado e providenciar a devolu o do ve culo.