18/06/12

Disciplina, tempo e planejamento para realizar sonhos

Tempo, planejamento e disciplina. Para especialistas em finanças pessoais, a realização de qualquer sonho material depende em grande parte da combinação correta desses três elementos. Especialistas dão algumas dicas sobre como uma pessoa deve planejar a vida financeira.
 
Na faixa dos 20 anos de idade, muitos jovens ainda vivem com os pais, os sonhos estão por se realizar e a renda costuma ser curta. O grande desafio é a disciplina. "Mas essa é talvez a época mais importante para estabelecer metas e se organizar para atingi-las", diz Renato Breia, equity sales do Rico.com.br. "É indicado aplicar uma parcela maior em renda variável, com rendimentos maiores no médio e longo prazo, como ações, fundos de ações e multimercado", diz.
 
Daniel L Moreli Rocha, economista do Banco Indusval e Partners (BI&P), diz que a pouca idade não isenta o investidor de cautela. "Se não há conhecimento financeiro, o ideal é começar com investimentos mais tradicionais de renda fixa, como poupança, títulos públicos e produtos como CDBs, LCAs e LCIs", diz.
 
A planejadora financeira pessoal Letícia Camargo dá uma ideia do apelo dos "juros sobre juros" no longo prazo: "Imagine que um investidor comece hoje a aplicar R$ 200 por mês, a uma taxa de juros anual de 8,5%, até completar 65 anos de idade. Se ele está com 25 anos, terá acumulado R$ 736,8 mil. Mas se tem atualmente 45 anos, o valor final será de R$ 120,6 mil". A especialista recomenda a "regra de bolso" em que o porcentual aplicado em produtos de maior risco deve ser equivalente a 80 menos a idade do investidor.
 
Para o investidor com 30 anos, empregado, casado e sem filhos, a compra da casa própria costuma liderar as prioridades. Nesse momento, o salário em geral é maior e já se tem algum patrimônio, como um carro. É hora de pensar na aposentadoria e decidir sobre previdência complementar ou outro investimento para esse fim. "Essa deveria ser a fase com o maior foco na taxa de poupança. Não há gastos com filhos e a renda é somada à do parceiro", diz Rocha.
 
O economista recomenda investir em ativos de maior risco, como ações de empresas com bom potencial de crescimento e gestão. A compra da casa própria deve considerar custo do aluguel durante todo o período em que se investe dinheiro para aquisição futura da moradia. "Esse investimento pode ser adiado em situações em que o preço do imóvel não tem grande potencial de valorização e for mais vantajoso manter o aluguel", diz.
 
Letícia ressalta a importância de se contar com reservas que cubram os gastos mensais e garantam o padrão de vida. "O ideal é ter pelo menos seis vezes o valor dos gastos mensais como reserva em investimentos conservadores", afirma a planejadora.
 
Aos 40 anos, com filhos, as atitudes destemidas costumam ser substituídas por posturas mais preventivas. "Nessa época da vida, é importante que grande parte dos investimentos tenha perfil de menor risco, como títulos públicos, CDB, LCI ou fundos de renda fixa", diz Breia.
 
Ele ressalta a necessidade de um fundo de reserva para emergências. Essa reserva, segundo Letícia, deveria ser equivalente a pelo menos 12 vezes o valor dos gastos mensais da família, e é recomendável que esteja aplicada em investimentos conservadores.
 
Para Rocha, "ativos de maior risco devem começar a perder participação na carteira de investimentos". A preferência, segundo ele, deve ser dada a ações tradicionalmente boas pagadoras de dividendos e menos suscetíveis a oscilações de curto prazo.
 
No caso do investidor com 50 anos que acumulou algum patrimônio, o foco principal é a aposentadoria. Boas opções são os fundos de investimento imobiliário, diz Rocha. "Eles usam o patrimônio para investir em bons empreendimentos residenciais ou empresariais que garantam fluxo constante de aluguéis, rendimentos que podem ser pagos mensalmente aos cotistas", afirma Daniel Rocha.
 
Letícia enfatiza que antes de atingir 50 anos as pessoas devem ter a consciência de que precisarão de complemento para a aposentadoria, seja em previdência privada, seja em poupança ou outro investimento.

Fonte: Valor On Line