Finanças pessoais em equil brio
11/05/17

Finanças pessoais em equil brio

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Se você é assalariado, é fácil fechar as contas e saber o quanto comprometeu de sua poupané a ou renda futura. Por outro lado, se você é empresério, consultor, profissional liberal, enfi, se exerce qualquer atividade com remuneração varié vel, talvez esteja diante de um problema ainda maior, pois a Economia esteve pouco aquecida nestes dois primeiros meses do ano.

Administrar finanças pessoais não difere muito de gerenciar o caixa de uma empresa ou mesmo de um país. Mudam apenas a propor o e a complexidade. Você precisa analisar dois conjuntos de contas: as receitas e as despesas.

O lado das receitas é normalmente meio engessado. Se você é assalariado, pode buscar uma elevação de sua renda fazendo horas extras, evidentemente desde que com a anué ncia da empresa. Uma alternativa consiste em realizar pequenos jobs, ou seja, trabalhos autânomos para terceiros, a fim de reforé ar o caixa.

Já o profissional com remuneração varié vel, ao mesmo tempo em que não dispé e da segurané a proporcionada por um salário no final do mês, tem é sua disposi o a possibilidade de, fazendo uso de sua habilidade e criatividade, gerar novos negé cios, buscar novos clientes, aumentar suas vendas.

Mas é no campo das despesas que este jogo acontece. E o segredo é relacionar todas os gastos possé veis dividindo-os em categorias conforme ilustrado a seguir:

– Grupo da Habitação: prestação da casa ou aluguel, IPTU, seguro residencial, condomé nio, é gua, energia elé trica, gé encanado ou de cozinha, telefone fixo, manuten o da casa;

– Grupo da Saé de: assistância mé dica e odontológica, farmácia, academia de esportes;

– Grupo da Alimentação: gastos com alimentação básica em geral, despesas em supermercado (inclusive produtos de limpeza e higiene pessoal);

– Grupo da Educação: escola e material didé tico dos filhos, cursos, seminé rios, congressos, livros té cnicos ou não;

– Grupo do Transporte: prestação do carro, IPVA, seguro obrigaté rio, seguro do ve culo, combusté vel, multas, transporte coletivo, estacionamento pago, manuten o do carro;

– Grupo da Cultura e Lazer: cinema, teatro, restaurantes, bares, assinatura de revistas, TV a cabo, provedor de acesso é Internet;

– Grupo das Despesas Financeiras: tarifas bancé rias, juros de cheque especial e empréstimos, juros embutidos em financiamentos;

– Grupos dos Diversos: telefone celular, vestué rio e acessérios, empregada domêstica, previdência privada.

é muito prové vel que eu tenha me esquecido de contemplar algumas contas na listagem acima. Mas os itens relacionados já são suficientes para demonstrar como nos enganamos na administração de nossas despesas pessoais. Isso acontece porque estamos habituados a considerar apenas aqueles gastos mais próximos e palpé veis, negligenciando aqueles que tem que ser provisionados, ou seja, que devem ser previstos porque eventualmente ocorreré o. Isso acontece, por exemplo, com medicamentos, multas de tré nsito e manuten o.

De todas as contas apresentadas, uma muito perniciosa merece aten o: juros e tarifas bancé rias. Isso porque você pode não perceber, mas desde o fim da inflação inercial (aquela de 30% ao mês que chegou ao extremo de 3% ao dia nos idos dos anos 80) os Bancos passaram a cobrar por todo e qualquer serviço prestado. Não é é toa que hoje as tarifas bancé rias são suficientes para pagar, com folga, toda a folha de salários da maioria dos Bancos que atuam no Brasil.

Uma pesquisa realizada pela Associação Nacional dos Executivos de Finané as, Administração e Contabilidade (Anefac), realizada no ano de 2002 junto a 3.477 consumidores na cidade de Sé o Paulo, demonstrou que 29,83% da renda das famílias é destinada ao pagamento de encargos financeiros. Este é ndice sobe para 35,43% no caso do trabalhador de baixa renda (um a cinco salários mínimos).

Assim, diante deste quadro, algumas sugestões mostram-se pertinentes.

Primeiro, monte sua pré pria planilha de despesas de acordo com sua realidade. Você poderé, por exemplo, chegar é conclusão de que não é o momento para adquirir um carro ou trocar o modelo atual.

Segundo, analise quais gastos podem ser eliminados, substitué dos ou reduzidos. Sempre com os olhos voltados para sua receita, você pode concluir que certos serviços precisam ser eliminados de sua cesta, evidentemente reduzindo seu padrão de vida atual. Isso pode simbolizar o cancelamento da assinatura da TV a cabo, uma visita a menos por mês a um restaurante ou o uso mais regrado do telefone celular.

Terceiro, evite comprar por impulso ou atravós de financiamento com juros. Opte por comprar é vista, quando for possé vel. Um exercé cio interessante é aguardar uma semana para adquirir algum novo bem. Apé este prazo, pergunte-se com franqueza se ainda precisa daquele objeto.

Finalmente, ataque de frente e sem piedade suas despesas financeiras. Saia do crédito rotativo do cartão de crédito. Cancele-o e busque um juizado de pequenas causas para efetuar o pagamento do saldo devedor sem a incidé ncia atroz de juros que se aproximam de 15% ao mês. Faça a o mesmo com seu cheque especial, negociando seu parcelamento com taxa máxima de 3% ao mês.

Em suma, tome as ré deas de sua vida financeira e tenha na disciplina sua maior aliada.