18/10/12

Juros de cart es de loja passam de 200%; veja dicas para gastar menos

No rastro das reduções de juros feitas pelos bancos, grandes redes de varejo, como C&A, Casas Bahia e Renner, também estão promovendo cortes nas taxas cobradas nos seus cartões.

Apesar disso, os juros dos cartões de loja ainda estão entre os maiores cobrados no país, podendo passar de 200% ao ano.

Recentemente, o Bradesco anunciou um corte nos juros cobrados nos cartões de crédito emitidos pelo banco. A redução, que passa a valer em novembro, vai contemplar os cartões chamados de "private label", oferecidos por redes de varejo.

Entre as redes cujos cartões são administrados pelo Bradesco, estão C&A, Casas Bahia, Lojas Colombo, Makro, Luigi Bertolli e O Boticário.
As taxas cobradas variam de acordo com cada rede, mas, seguindo a nova política do banco, terão de ficar entre 1,9% e 6,9% ao mês no crédito rotativo. O rotativo é usado quando o cliente não paga a fatura integralmente em dia e precisa rolar a dívida.

Até agora, as taxas dos cartões de loja administrados pelo Bradesco variavam de 2% a 14,9% ao mês.

Os clientes da Renner também devem pagar menos juros no rotativo dos cartões da rede a partir de novembro, segundo previsão da empresa. A taxa máxima cairá de 15,8% para 9,8% ao mês.

Taxas de juros continuam muito altas

Mesmo após as reduções, as taxas dos cartões "private label" continuarão altas se comparadas com as de outras linhas de crédito.

Ao ano, o crédito rotativo dos cartões Bradesco ficarão em 122,71%. No caso da Renner, a taxa máxima será de 207,06% ao ano.

Para efeito de comparação, os bancos cobra, em média, 3,45% ao mês na linha de empréstimo pessoal, o que equivale a 50,23% ao ano. Os dados se referem às taxas médias coletadas pela Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade) em agosto.

Por isso, o ideal é sempre evitar usar o crédito rotativo dos cartões de loja.

Descontos não bastam para compensar tarifas

Além dos juros altos, os cartões de loja escondem outro tipo de cobrança que pode desequilibrar o orçamento: as altas tarifas de serviços.

Em estudo divulgado em abril deste ano, a associação de consumidores Proteste alertou que muitas lojas alardeiam o fato de seus cartões não terem anuidade. Só que é comum que se cobre tarifa de manutenção, por emissão da fatura e extrato. "Oferecem o cartão como sendo gratuito, mas na verdade não é", afirma Hessia Costilla, economista da Proteste.

A economista diz que todas essas cobranças podem acabar colocando por terra os eventuais benefícios oferecidos pelos cartões, como descontos nas compras. Por isso, para quem quiser economizar, a dica dela é que faça uma boa pesquisa de preços em lojas diferentes.

Outra orientação dela é que o consumidor não faça empréstimos ou saques com estes cartões. "Se o consumidor precisar de dinheiro, é melhor pegar empréstimo no banco.”

Cinco dicas para usar os cartões de loja:

1) TARIFAS
 

Preste atenção nas tarifas cobradas pelas administradoras dos cartões de loja. Alguns cartões, por exemplo, não cobram anuidade. Só que geralmente é preciso pagar tarifa de manutenção. "Oferecem o cartão como sendo gratuito, mas na verdade não é", alerta Hessia Costila, economista da Proteste.

2) PARCELAMENTO

A ampla possibilidade de parcelamento costuma ser um dos maiores atrativos dos cartões de loja. O ideal, no entanto, é evitar parcelar por um prazo muito longo. "O parcelamento induz a pessoa a comprar mais, porque o valor da prestação fica pequeno", diz Hessia Costila, economista da Proteste.

3) JUROS

Preste atenção à forma de parcelamento oferecida pela loja. Os atendentes costumam informar apenas a quantidade de parcelas em que a compra pode ser dividida, mas não são claros sobre os juros. Geralmente, o parcelamento é feito sem juros em até quatro vezes; a partir de cinco parcelas, há cobrança.

4) EMPRÉSTIMO

Os cartões de loja costumam oferecer a possibilidade de o cliente fazer saques e empréstimos, mas as tarifas cobradas por estes serviços são altas. Por isso, a sugestão de Hessia Costila, da Proteste, é evitar usá-los. "Se o consumidor precisar de dinheiro, é melhor pegar empréstimo no banco", aconselha.

5) DESCONTOS

As redes de supermercados costumam dar descontos para compras feitas por meio de seus cartões. Isso nem sempre é vantagem por causa das tarifas pagas nos cartões. "A melhor forma de economizar ainda é fazer uma boa pesquisa de preços em estabelecimentos diferentes", diz Hessia Costila, da Proteste.