15/01/13

MATERIAL ESCOLAR e Li é o né 1 para os pais e negociar

Com diferenças de preço que fazem itens da lista pedida pela escola custar até sete vezes mais por ter a figura da moda, a saída é conversar com os filhos antes da compra

_ Mãe, eu quero esse! Caderno da Moranguinho, canetas das Monsters High ou lápis de cor da Hot Wheels. Em época de compra do material escolar, muitas crianças escolhem produtos com os personagens do momento, geralmente mais caros se comparados aos comuns. Poré, na casa da família Maul, a história é diferente. Os irmãos Lucas, de 12 anos, e Carolina, nove, dão o exemplo de que o material pode ser legal, mas com economia. Eles compram parte da lista pedida pela escola com o que guardam da mesada que recebem dos pais ao longo do ano, R$ 20 mensais. Neste ano, Carolina, que vai estudar na 5a série, investiu o dinheiro em uma mochila nova do Snoopy. – Paguei à vista e ainda pedi desconto. Daí em vez de pagar R$ 48, paguei R$ 45 – disse a menina sorrindo, orgulhosa da compra.

O irmão dela, que irá cursar a 7a série, diz que vai usar pelo quinto ano seguido a mesma mochila. Nas mãos, mostra um penal com lápis que vem guardando desde a pré-escola. – Não acho que o personagem (da moda) faz a diferença nos estudos. A gente vai para a escola para estudar – opina Lucas. Os irmãos também vão reaproveitar objetos do ano anterior como réguas, tesouras, cartolinas e dicionários. A economia, segundo os pais, deve chegar a R$ 100 para cada filho, um valor significativo para a família. O restante dos materiais passará por uma criteriosa análise: – Pesquisamos nas lojas e também na internet. Com isso, incutimos neles a importância da economia. Tenho certeza que vai ajudar muito eles no futuro – diz a mãe Ivana Maul.
Uma pesquisa feita semana passada em duas papelarias de Blumenau – uma de shopping e outra loja de rua – comparou um kit básico de produtos com e sem personagem. O resultado, os pais conhecem bem: os mesmos produtos podem custar até sete vezes mais quando há personagens da moda estampados nele. Enquanto uma tesoura simples custa R$ 1,50, outra, estampada com um personagem infantil, sai por R$ 7,90.

O Colégio Visão, Unidade Célestin Freinet, no Bairro Bom Retiro, em Blumenau, criou uma política para evitar a competição pelos cadernos e estojos mais bonito entre as crianças: o material escolar é igual para todos. Adepta à coletividade, a própria escola é responsável pela compra do material, a partir de um valor pago pelos pais. – Assim, todos têm o mesmo material, sem disputas de ser o melhor, mais bonito etc. – explica a coordenadora geral do colégio, Maria Almide Piccinini Tomio.

Apetrechos como lápis de cor, tesouras, canetinhas e colas ficam organizados em estantes na sala, onde cada um usufrui do que necessita. Professores e coordenação são responsáveis por repor os materiais, sempre orientando o aluno quanto ao uso adequado de cada um. Conforme a coordenadora, com isso, crianças e adolescentes aprendem a cuidar, a dividir, a organizar e cooperar, ensinamentos que fazem parte da pedagogia e proposta de trabalho do colégio.

 

ANTES DAS COMPRAS

– Verifique se há como reaproveitar produtos do ano anterior.

– Faça uma pesquisa antes da compra definitiva. Às vezes, é mais econômico comprar em vários lugares do que em um só.

– Os livros didáticos costumam ter preços mais altos que os demais itens. Portanto, a comparação dos valores é imprescindível.

– Negocie com os filhos. Combine com eles quais os materiais que eles poderão escolher com personagens e quais você vai decidirá.

– Se a situação financeira estiver rui, a compra de um material mais barato é o mais recomendado.

Fonte: Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (ProTeste) e consultor financeiro e diretor educacional da Mais Educa, Alessandro Griep.

 

DURANTE AS COMPRAS

– Evite produtos com características de brinquedos, porque podem distrair a atenção da criança na escola

– Cadernos de capa dura são mais resistentes, mesmo que mais caros.

– Evite borrachas coloridas, de formatos diferentes e com aromas, que podem induzir as crianças menores a comê-las.

– O apontador não deve apresentar manchas nem sinais de ferrugem. Teste-o antes de comprar.

– Após a seleção do material, negocie desconto ou condições de pagamento e exija a nota fiscal, tíquete do caixa ou cupom do ponto de venda – documentos fundamentais se houver necessidade de troca.

– Selecione alguns produtos e permita que seu filho faça a escolha entre os que estão no seu orçamento.