15/07/13

Mesada auxilia as crian as a terem educação financeira

 Muitos pais se perguntam se devem ou não dar mesada ou semanada aos filhos e, caso a resposta seja si, com qual idade começar e qual valor oferecer. É uma dúvida natural, já que a minoria de nossa geração foi educada financeiramente.

Mas recomendo a quem está nessa situação a pensar, primeiramente, em si próprio. Questione se você tem educação financeira e se reconhece a importância dessa prática no dia a dia. Lembre-se: antes de querer ensinar corretamente o seu filho a como lidar com o dinheiro, você precisa avaliar se está dando o exemplo, até porque, os pequenos se espelham nas atitudes dos pais.

Quanto à semanada/mesada, afirmo que essa é uma ótima maneira de ensinar as crianças a darem valor ao dinheiro e a começarem a aprender a administrá-lo. No entanto, recomendo que esse processo de ensino seja feito com paciência e por meio de linguagem simples. Há muitos livros sobre o assunto que transmitem o conhecimento de forma apropriada para cada faixa etária.

Com relação à idade, ressalto que, já a partir dos três anos, a criança já começa a ter noções básicas sobre o assunto, assim já se deve começar a educar de forma lúdica, uma vez que vê os pais trocando dinheiro por algo material. Mas, o ato de dar mesada deve ser deixado mais para frente, quando a criança já começa efetivamente a comprar as coisas, isto é, lá pelos sete ou oito anos.

Já sobre a quantia, o ideal é dar 50% do valor que a criança gasta no mês e explicar que a outra metade vocês vão investir nos sonhos de curto (até um mês), médio (até seis meses) e longo prazos (até um ano), que ela mesma vai relacionar. Dessa forma, é possível fazer com que os filhos controlem o dinheiro, realizem sonhos e façam parte de uma geração mais educada financeiramente.

O que sempre observo na utilização da mesada é que a evolução do seu valor deve ser gradativa, sempre acompanhada de conversas que mostram a importância desse dinheiro e porque ele deve ser utilizado com responsabilidade. Também deve mostrar as crianças a importância de poupar parte para realização de pequenos sonhos, como o de guardar dinheiro por um período para compra de um brinquedo ou mesmo uma bicicleta.

É interessante educar os jovens a anotarem durante o mês onde vão gastar seu dinheiro, pois isso fará que eles possam analisar melhor e evitar gastos desnecessários, até mesmo eliminando excessos. As sobras, para os mais novos, podem ser colocadas em cofrinhos.

É fundamental também que se mostre aos jovens a importância de conquistar os valores que recebem. Entretanto, não é interessante associar esse dinheiro ao desempenho escolar, pois o estudo deve ser incentivado pela importância que ele terá para a vida. Uma criança que só estuda para garantir a mesada no fim do mês poderá ter um rendimento muito baixo e, se, por algum motivo, a família deixar de ter condições de oferecê-la, isso poderá limitar o desenvolvimento intelectual.

Os benefícios da mesada são inegáveis: além de desenvolver o senso de responsabilidade, a administração de uma mesada ensina o quanto pode ser difícil fazer o dinheiro render quando não se tem controle sobre os próprios impulsos de consumo. Assim, não se deve complementar com frequência a falta de dinheiro ocasionada pela má administração da mesada.

Muitas crianças e adolescentes gastam além da conta e passam a recorrer sistematicamente aos pais para conseguir mais dinheiro. Se os pais cedem aos pedidos, não ensinarão a controlar os impulsos, criando a ilusão de que pode gastar sem limites. Quando isso acontece, a mesada perde a sua função.

Mostre a seu filho a importância de priorizar seus sonhos e que poupar é o caminho mais curto para a independência financeira.