Or amento Familiar: O que salta aos olhos costuma ferir o bolso
02/09/14

Or amento Familiar: O que salta aos olhos costuma ferir o bolso

20140817-dinheirama-orcamento-familiar.jpg.pagespeed.ce.sGCwbRDqqpNeste texto, quero compartilhar minha visão sobre três das armadilhas mais simples e eficientes capazes de prejudicar seu controle financeiro e o planejamentofamiliar. Os gatilhos costumam ser disparados por expectativas e pressões sociais já portanto aten o ao que você anda vendo, por onde passa e com quem anda.

1. Cuidado com o que insistem em apresentar a você

Esmiué ar as té cnicas de vendas usadas em restaurantes, bancos, grandes redes de varejo e outras empresas de vendas diretas é um pouco assustador, mas muito interessante do ponto de vista do consumidor.

Algumas coisas são é bvias, como os enormes gastos com publicidade de produtos altamente renté veis para a institui o, como os té tulos de capitalização, empréstimos pessoais e operações de crédito em geral. Neste caso (bancos), está claro que estes produtos são os mais interessantes para o negé cio, mas não necessariamente para o cliente.

Algumas outras té cnicas, no entanto, são mais sutis. Restaurantes bem administrados costumam ter o pre o de seus pratos estabelecidos de maneira a induzir o cliente a solicitar determinadas opé ões, usualmente aquelas cujas margens são melhores. Como exemplo, você já deve ter olhado um cardé pio e achado um ou dois pratos caros, decidindo-se pela terceira op o avaliada. Sua escolha foi natural ou induzida? Interessante, não?

Não pense que existe alguma espé cie de blindagem para as insistentes mensagens dirigidas a nós . Sinto decepcioné -lo quanto a uma solu o ideal para isso, não é tão simples assim. Mas sempre é possé vel diminuir a aten o e a exposi o voluntária a esse tipo de iniciativa, seja alternando trajetos no dia a dia ou até mesmo sendo mais diligente na comparação de pre os e opé ões.

Veremos mais adiante neste texto que a solu o também passa pela defini o de limites e por um planejamento financeiro decente, com regras, objetivos e responsabilidades.

2. Cuidado com a interpretação de personagens

é comum que é dolos lancem moda. Mais comum ainda é ver um exé rcito de fé s, seguidores e aspirantes a artistas já abraé ando já a moda e fazendo dela um já estilo de vida já (assim eles costumam dizer). O fato é que imitar os é dolos geralmente custa (muito) caro.

O exemplo do paré grafo anterior é bem direto, um fené meno que pode ser visto facilmente dando uma volta pelo quarteiré o já você veré pelo menos um jovem já fantasiado já de rapper, jogador de futebol ou artista de TV, com direito a tânis de mil reais e muito ouro.

Existem também os acontecimentos mais sutis, quando associamos de forma quase inconsciente determinada compra ou produto a uma estrela do rock, futebol ou da média. Nem sempre paramos para pensar na razé o que nos fez levar aquela determinada marca, já percebeu? Acredite, a chance de ter sido a associação com algué m famoso é grande.

Essa jornada aspiracional é natural e desejá vel para manter a motivação: está tudo certo em querer ser como nossos é dolos, em querer chegar onde chegaram. Acontece que somos compelidos a pensar que isso se resume a ter as mesmas coisas que eles. Traduzindo muito do que se vé por ai: já Beltrano é famoso e bem-sucedido e aparece vendo TV; Legal, você pode ter a mesma TV do Beltrano já . Ter? E como fica o ser?

3. Cuidado com as compras fora do planejamento (ou já de oportunidade já )

Embora no Brasil eu duvide um pouco das verdadeiras liquidações, concordo que existem determinados momentos e situações que fazem os pre os caé rem em relação ao que seria considerado normal. O que acontece nessas horas? Ora, se o pre o baixou, vamos é compras. Certo? Errado!

A compra fora de hora costuma ser devastadora para o planejamentofamiliar. Falo daquela compra que sequer passava pela sua cabe a onte, mas hoje o levou a gastar seu dinheiro já e isso geralmente ocorre quando nos vemos diante de já oportunidades já promo ões imperdé veis já e liquidações.

Se compramos para satisfazer necessidades e preencher lacunas emocionais, como explicar uma compra feita de uma hora para outra, praticamente no susto? Como assim, você precisava tanto disso, de ontem para hoje? já O pre o estava muito bo, perder essa oportunidade seria burrice costumo ouvir com frequé ncia.

Hu, então comprar algo que vai prejudicar seu planejamentofamiliar a ponto de você ter que usar o limite do cheque especial (juros de 7% ao mês) nos meses seguintes é uma decisão inteligente? Repare que não estou defendendo pagar caro, mas sim a compra feita com planejamento, sem atropelo já oh, se der para comprar assim e ainda pagar barato, melhor ainda!

Via de regra, as compras devem ser pensadas com antecedé ncia, especialmente as de maior valor. Quanto custa o que você deseja? Quanto a família deve poupar por mês para negociar o melhor pre o é vista daqui algum tempo? é urgente? De onde viré o os recursos? Se você pode, é timo; se não pode, viabilize. Comprar é coisa sé ria!

A solu o passa pelo planejamentofamiliar bem-feito

Espero que neste ponto da leitura você tenha se enxergado em algumas das situações descritas acima. Como um ser humano, você, eu e os demais leitores tomamos decisões frequentemente emocionais e com enorme peso das aspirações pessoais. O contrapeso para isso precisa ser o planejamentofamiliar, que estabelece os limites do possé vel.

Aceite que se depender apenas de você, da sua boa vontade e de toda a engenhosidade do seu cérebro, o resultado das decisões financeiros será um desastre. Salvo raras exce ões, confiar na pré pria capacidade de julgamento e ané lise diante de uma compra termina na vité ria da persuasão. A venda acontece, você compra e o seu dinheiro vai embora.

Manter o planejamentofamiliar em dia, devidamente categorizado e com as proje ões de despesas registradas permite que você conhe a sua verdadeira realidade financeira e seus limites enquanto consumidor naquele momento da compra. Não se trata de não merecer isso ou aquilo, pode ser que você simplesmente não possa comprar agora, e quem diz isso é sua vida financeira, não seu cérebro.

Quer algumas sugestões de ferramentas para o planejamentofamiliar? Comece anotando de forma simples (papel e caneta mesmo!), use uma planilha de planejamentoou passe para um sistema online de controle financeiro.

Conclusão

Se o que salta aos olhos costuma ferir o bolso, é porque damos mais valor ao que pode ser visto e julgado que ao que realmente representa qualidade de vida e riqueza. O perigo não está nas coisas é venda nem na persuasão usada para empurré -las, mas na ausé ncia de metas e responsabilidade diante da necessidade de cuidar das pré prias finanças .

Não adianta, somos alvos cada vez mais interessantes para uma enorme indé stria de publicidade e vendas. E, quer saber, não acho que isso seja necessariamente ruim já prefiro reconhecer que a oferta de produtos e serviços mais customizados e cada vez mais é nicos traz mais benefícios que problemas.

O ponto fundamental da nossa discussão passa por quanto de nosso tempo nos dedicamos ao planejamento financeiro, planejamentofamiliar e defini o de prioridades. Agir de forma diligente e sensata ao definir objetivos e registrar receitas e despesas permite que a realidade financeira seja enfrentada, e não escondida ou ignorada. Pense nisso e faé a alguma coisa. Agora!