10/06/13

Precisamos de recompensas

O que nos move e motiva para desafios são as recompensas que recebemos ao longo da vida. Perceba: por mais estressante que seja seu dia, ele será melhor após um cafezinho, ou após uma escapadinha para compras, ou ainda voltando para casa em um carro confortável. Por mais desgastante que seja sua rotina de trabalho, férias fazem com que você volte com o fôlego renovado.
Recompensas deveriam ser sempre valorizadas. Mas, não é o que acontece em muitos casos, quando o assunto é colocar o orçamento em ordem. Diante do aperto no caixa, temos a tendência de cortar aquilo que é mais fácil de ser cortado – o chamado gasto variável do orçamento.
É aí que transformam-se em supérfluos o cafezinho, a manicure, a assinatura de revista, o cinema, os presentinhos descompromissados, o jantar fora, as férias e a filantropia, entre outros. Mas, de supérfluos, esses itens de consumo não têm nada, afinal são nossas recompensas. Optamos por cortá-los do orçamento simplesmente porque outros itens são mais difíceis de descartar. Quem se arrisca a vender o carro ou a casa, ou ainda mudar o plano de saúde, para organizar as contas pessoais?
Isso explica por que poucas pessoas conseguem se manter longe das dívidas. Quando o equilíbrio financeiro nasce como consequência do descarte de recompensas e de um desequilíbrio no bem estar, subconscientemente passamos a brigar contra essa nova situação de equilíbrio. É como se nosso cérebro nos questionasse: “é melhor viver em dívidas e frustrado, ou endividado e feliz?”.
Responda a seu cérebro que nem u, nem outro. Por mais complicado que possa parecer, ajustar os grandes gastos é o caminho para encontrar o equilíbrio. Independentemente de você morar em um imóvel próprio ou alugado, sempre há a possibilidade de se mudar para outro 10 a 15% mais barato. O mesmo vale para automóveis, telefones, eletrodomésticos, pacotes de viage, moda e acessórios. É possível gastar menos sem eliminar completamemnte determinados itens de nosso consumo.
Se, ao buscar equilíbrio nas contas, cada endividado se dedicasse ao trabalhoso processo de diminuir um ou dois de seus grandes gastos no orçamento, perceberia que é possível gastar menos sem deixar de gastar com prazer. E é importante ressaltar que todo processo de reorganização em busca de equilíbrio é potencialmente frustrante. É quando temos que reconhecer erros, assumir algumas perdas e rever o patamar de consumo que adotamos em algum momento no passado.
Nessa situação, recompensar-nos é especialmente importante, para que não nos sintamos necessariamente punidos e possamos manter o foco na solução do problema. Diminuir o padrão do carro irá lhe proporcionar o mesmo grau de conforto que você tem hoje?

Certamente não. Mas, manter aquela verba para continuar aproveitando o carro, mesmo que popular, nos finais de semana, fará de você uma pessoa melhor e mais motivada. Ainda mais com as contas em dia!

 
Fonte: Mais Dinheiro