17/06/13

Renda mais alta não melhora comportamento financeiro do brasileiro

O brasileiro tem conhecimento sobre conceitos financeiros, mas não aplica essas noções no seu dia a dia, apesar do aumento da renda e do acesso ao crédito.
 
Na primeira pesquisa do indicador de educação financeira lançada pela Serasa Experian, nesta segunda (13), o brasileiro ganhou nota 6,0 na média geral.
 
Para o economista da Serasa Luiz Rabi, o acesso ao crédito ainda é recente para o consumidor do país, o que explica, em parte, a dificuldade em se planejar financeiramente.
 
Os principais problemas identificados pela pesquisa foram gastos maiores que renda, falta de poupança e de planejamento do futuro. "O brasileiro conhece razoavelmente bem o tema, sabe como deveria se comportar, mas na hora de colocar na prática ele se atrapalha", diz.
 
O indicador foi dividido em três fatores: conhecimento –quanto o consumidor sabe; atitude –o que ele diz que faz; e comportamento –o que ele realmente faz.
 
No subíndice conhecimento, a média dos entrevistados foi 7,5, um bom resultado, segundo os economistas da Serasa. No quesito comportamento, poré, ela cai para 5,2. Já a média do subíndice atitude foi 6,3.
 
O problema do comportamento é geral e ultrapassa divisões de gênero, renda e escolaridade. Uma das revelações da pesquisa é que há pouca diferença entre homens e mulheres.
 
Segundo Rabi, "os homens sabem um pouco mais, sabem como deveriam se comportar, mas no comportamento são iguais às mulheres, fazem as mesmas bobagens".
 
A renda maior também não garante uma prática melhor com o dinheiro. "O conhecimento da alta renda é maior, mas no comportamento são todos iguais", diz Rabi. Apenas para faixa de renda abaixo de um salário mínimo, o subíndice comportamento é pior.
 
A pesquisa foi realizada pelo Ibope, com 2002 pessoas com mais de 16 anos, no primeiro trimestre deste ano.
 
CONTROLE DE GASTOS
 
O presidente da Serasa, Ricardo Loureiro, acredita que o cadastro positivo (lista de bons pagadores) pode melhorar o comportamento do brasileiro. "A implantação do cadastro positivo poderá, ao longo do tempo, evitar o superendividamento e elevar a nota do brasileiro em educação financeira", diz.
 
Especialistas recomendam controlar as contas, estabelecer limites de consumo e poupar um percentual da renda todos os meses para ter uma vida financeira saudável.
 
Na hora de fazer compras, é preferível pagar à vista e negociar descontos. Se for necessário parcelar, é preciso ter certeza de que o valor das parcelas cabe no orçamento mensal.
 
De acordo com a TeleCheque, como regra geral, não se deve comprometer mais de 30% do salário com o pagamento de dívidas.
 
Fonte: Folha de São Paulo