Brasileiro demora a pensar em poupan a para a aposentadoria
06/02/15

Brasileiro demora a pensar em poupan a para a aposentadoria

Recortar-para-maté ria-principal-948x600A maioria dos brasileiros próximos da aposentadoria não está economizando nem pretende come ar a poupar exclusivamente para o período em que vé o deixar o mercado de trabalho. A dé cima edi o do estudo global O Futuro da Aposentadoria – Um Ato de Equilé brio, elaborado pelo banco HSBC, mostra que 53% dos brasileiros estão nessa situação. Entre 15 países analisados pelo levantamento, sé os turcos poupam menos para a velhice (59% dizem não economizar para a aposentadoria). Os brasileiros aparecem em segundo lugar, empatado com os australianos.

A poupané a para a aposentadoria é realizada com mais afinco pela população dos Estados Unidos e de Hong Kong. Nesses locais, apenas 25% das pessoas não economizam. A média mundial é de 38%. O estudo realizado pelo HSBC ouviu 16 mil pessoas, sendo 1.001 entrevistados no Brasil em idade economicamente ativa (de 25 anos ou mais) e também já aposentados. As entrevistas online foram conduzidas pela Ipsos Mori entre agosto e setembro do ano passado.

Embora o brasileiro poupe pouco, isso não significa que ele não se importe com o futuro, segundo Alfredo Lalia, presidente de Seguros do HSBC no Brasil. “Em relação aos primeiros levantamentos, percebemos que as pessoas estão se preocupando mais com o futuro, mas não necessariamente estão conseguindo passar para fase seguinte, que é de conseguir poupar”, afirma Lalia.

Segundo o executivo, uma sé rie de fatores tem colaborado para a maior preocupação dos brasileiros com um investimento de longo prazo. Desde o Plano Real, que pé fim é hiperinflação, o Brasil se tornou uma economia mais está vel, que permite planejar aplicações por mais tempo. Além disso, houve um amadurecimento da indé stria de previdência.

Vé rios fatores impactam a falta de poupané a dos brasileiros para aposentadoria, mostra o estudo. No topo da lista está o desemprego (35%), seguido pela compra de imé vel (28%), crise economica global (27%), contratação de dé vida (26%) e educação dos filhos (21%). “Alguns desses fatores podem ser controlados, outros não. A compra do imé vel não deveria excluir a poupané a. é vezes, é uma questão da falta de planejamento”, afirma o executivo do banco.

O levantamento também apurou que os menos confiantes em manter um padrão de vida conforté vel na aposentadoria são aqueles classificados pelo estudo como “pré -aposentados” – os brasileiros com 45 anos ou mais. Nessa faixa, 40% se enquadram nesse perfil. Na fatia mais jovem da população, entre os que tem de 25 a 44 anos, a preocupação é de 26%. “Os pré -aposentados são mais velhos e viveram justamente naquele período em que o País enfrentava a hiperinflação, e os planos de previdência praticamente não existiam”, explica Lalia. “Hoje, quando a pessoa entra no mercado de trabalho, já come a a escutar sobre previdência”, afirma.

Descompasso

A pesquisa também detectou um descompasso na visão de aposentadoria no Brasil. Entre os brasileiros aposentados, 38% acreditam que a melhor idade para come ar a poupané a é antes dos 30 anos, e apenas 22% defendem o início dos 41 anos a 65 anos. Na faixa dos pré -aposentados, 33% avaliam como ideal iniciar o planejamento do futuro antes dos 30 anos, e um número quase similar, de 29%, defende o início dos 41 a 65 anos. “O brasileiro costuma ser mais otimista do que a média (dos outros países) nos custos futuros. E, quando chega na aposentadoria, percebe que deveria ter come ado a poupar mais cedo”, diz Lalia.