23/08/13

Cuidado: Mais de 70% da classe m dia está endividada

 A maior parte da classe C brasileira está endividada. É o que aponta o levantamento feito pelo GuiaBolso.com. "Números oficiais indicam que cerca de 35 milhões de brasileiros entraram na classe média nos últimos dez anos, tendo grande acesso ao crédito, mas sem o acompanhamento de uma educação financeira efetiva para eles", afirma Thiago Alvarez, ex-consultor da McKinsey e cofundador do GuiaBolso.com. Ainda de acordo com o levantamento, excluindo os com alto endividamento, 31% dos usuários da classe C gastam tudo aquilo que recebe, sem criar uma reserva que possa recorrer em casos inesperados, como doenças na família ou desemprego. "São pessoas potencialmente sujeitas a adquirir dívidas", comenta Alvarez. Apenas 15% dos usuários da classe C possuem algum tipo de poupança, enquanto apenas 2% são realmente investidores, com reserva financeira superior a três meses de salário.

Nas classes A e B os números não são muito diferentes, com 49% dos usuários com dívidas que comprometem um valor superior a um terço da receita mensal, enquanto outros 28% gastam tudo o que recebem. Por outro lado, as classes A e B têm um porcentual maior de poupadores e investidores, respectivamente 16% e 7%. "O aumento da inflação nos últimos tempos acabou por elevar o custo de vida desta pessoas, reduzindo ou até mesmo eliminando a reserva mensal que tinham", explica Benjamin Gleason, norte-americano que vive há cinco anos no Brasil, ex-diretor do Grupon e cofundador do GuiaBolso.com.

A parcela dos usuários que realmente chama a atenção é formada pelas classes D, E e F. Mesmo com a renda menor, apenas 36% deles têm dívidas superiores a um terço da receita mensal, enquanto 41% gastam tudo o que recebem mensalmente. Além disso, 21% já consegue uma economia mensal para montar uma pequena poupança. "São pessoas que, com alguns pequenos ajustes, podem economizar ainda mais e encontrar uma estabilidade financeira que supere, inclusive, problemas como o desemprego por um curto período", relata Gleason. Considerando toda a base, 55% dos usuários estão "em apuros", ou seja, passam constantemente por falta de dinheiro e precisam quitar dívidas maiores que um terço da renda, enquanto 33% estão "no limite", gastando tudo o que recebem. "Isso representa 88% das pessoas com problemas no orçamento", define o executivo.

Independentemente da classe social, 15% da renda mensal seja guardada para a criação de uma reserva financeira. Dessa forma, em uma emergência é possível recorrer ao valor guardado, ou usar a parcela de reserva para quitar um empréstimo. Para outros gastos, como os supérfluos, bar e restaurantes, ou ainda itens específicos, como pensão alimentícia, a plataforma sugere que os valores não superem 35% da renda. Os outros 50% da renda poderiam ser destinados aos chamados gastos essenciais, que incluem saúde, educação, moradia, transporte e mercado.