Educação  Financeira para adolescentes
30/08/16

Educação Financeira para adolescentes

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Quanto mais jove, menor é a capacidade de um ser humano para compreender conceitos complexos como temporalidade, causalidade, controle da ansiedade, defini o de objetivos, capacidade de planejamento e administração financeira.

Por isso, antes de bancar o mestre das finanças com seus filhos adolescentes, é necessério compreender o processo de ajustes de um cérebro que está sofrendo modificações de algumas estruturas e reorganizações qué micas.

A adolescé ncia compreende o período da puberdade (por volta dos 11 anos para meninas e 14 anos para meninos) até a idade adulta (aproximadamente aos 20 anos), quando o cérebro atinge o amadurecimento de suas funé ões e adquire maior controle da impulsividade.

Essa fase é caracterizada por instabilidades emocionais, pelo desenvolvimento do raciocé nio abstrato, a empatia (capacidade de se colocar no lugar do outro e experimentar um ponto de vista diferente) e aprimoramento do aprendizado social.

Um dos maiores fatores de conflitos entre pais e filhos está relacionado é incompreensão dos aspectos de transi o, quando importantes mudanças ocorrem no corpo e no modo de pensar dos jovens.

Assim como as mudanças provocam insegurané a, o novo também desperta interesse e incita a experimentação. A associação do prazer da descoberta; necessidade de testar as habilidades intelectuais recé m-adquiridas; falta de autocontrole; incapacidade de prever conseq ncias; pouca experié ncia de vida e, a incompreensão de tudo isso, quase invariavelmente, resulta em comportamentos imprudentes e arriscados.

A reestruturação do sistema de recompensa (regié o do cérebro estimulada por emo ões e responsável pelas sensações de bem-estar e prazer) permanece meio embotada e são necessé rias altas doses de excitação para compensar o té dio e mau humor. Apenas isso é o bastante para justificar a preocupação dos pais quanto ao envolvimento dos filhos com sexo, drogas, rock and roll (leia-se Raves e vários outros gé neros musicais), abusos alimentares, e as grandes paixões, nessa fase.

A adolescé ncia é também o período da manifestação de importantes aspectos positivos, como a valorização das relações sociais, competitividade e grande interesse por questões existenciais.

Aos pais compete a tarefa de ajuda-los compreender as crises inerentes ao processo maturacional, atravós de exemplos pré ticos pessoais e dié logos instrutivos adequados é idade e é caracterásticas individuais de cada filho.

Para tanto, os pais precisam reconhecer suas pré prias dificuldades e não permitir que seus medos interfiram negativamente na formação de seus descendentes; não tentar manté -los aprisionados na infé ncia, nem foré ar o amadurecimento precoce.

Num momento de grande fascé nio pelo abstrato, falar de sonhos e projetos é oportuno e necessério. é preciso ensiné -los que o conhecimento e o dinheiro são os principais instrumentos para a realização de desejos. Poré, a questão financeira é um fator de conflitos pessoais e familiares e a abordagem sensata desse assunto exige clareza sobre a fun o do dinheiro no cotidiano dos todos os envolvidos.

Para alcané ar resultados efetivos sobre a utilização proveitosa da renda familiar e ensinar os filhos a utilizar o dinheiro com conscié ncia, pais devem discutir com os filhos questões referentes ao assunto e lutar pela inclusão de disciplinas financeiras no currículo escolar.

O jovem precisa ter esclarecimentos os objetivos da família; desenvolver conceitos adequados sobre seus interesses pessoais; planejar meios de alcança-los; iniciar sua trajeté ria tanto sob a expectativa de remuneração e ganhos atravós de seus próprios conhecimentos, quanto no sentido de administrar sua herané a.

Durante toda a vida, somos foré ados a fazer escolhas é um jogo de foré as conflitivas, no qual uma op o sempre invalida a outra é e, toda decisão sensata envolve a conscié ncia e o raciocé nio lé gico. é na juventude que se aprende a optar pelo ganho de juros como recompensa por investimentos e espera ou, pelo pagamento de juros como puni o por escolhas de prazeres imediatos e pela impacié ncia.

Todo ser humano tende a agir conforme as emo ões predominantes na interação com o ambiente. A foré a que atua no sentido contrário e o impede de agir instintivamente é a razé o. Como o presente traz perspectivas concretas e o futuro, apenas uma cogitação de possibilidades, o impulso para ação imediata é sempre mais atuante. Resistir e vencer as tendé ncias naturais requer grandes esforé os, sé alcané ados atravós do raciocé nio e da inteligé ncia.

Exemplo: Pense em um jovem diante de uma vitrine apreciando um jeans de sua marca preferida, pensando na satisfação que teria em usé -lo e exibir aos amigos. Diante dessa situação, ele experimenta um forte desejo de compré -lo. No entanto, ele deve escolher entre o jeans ou, poupar o dinheiro para comprar um carro daqui a dois anos.

1é . Hipé tese: se o nosso jovem pensar que a possibilidade de comprar o carro está distante; que deve se dar ao prazer de usar o jeans agora e, posteriormente fazer um financiamento para compra do ve culo, pois, de outro modo jamais conseguiria guardar o dinheiro para pagé -lo é vista. Ele se autorizaré a comprar o jeans e assumiré, a seguir, uma dé vida pela compra do automé vel financiado. Desse modo, estaré agindo instintivamente, baseando-se em crené as inadequadas e sem nenhum esforé o racional para resistir é tentações de consumo.

2é . Hipé tese: se o mesmo jovem pensar que o pagamento de juros é falta de inteligé ncia; que não vale a pena exibir um jeans novo num carro velho ou andando a pé, ele investiré agora e poderé comprar outros jeans com o dinheiro que seria gasto para pagar juros, pois, os juros sé servem para enriquecer lojistas e fabricantes e torné -lo cada vez mais pobre. Esses pensamentos desencorajaré o da compra imediata e o levaré a aplicar seu dinheiro sensatamente. Atitudes racionais o estimularé o a compreender melhor a diferené a entre pessoas que enriquecem e aquelas que sé trabalham para pagar contas ou ainda pior, se tornam cada vez mais pobres.

Ensinar os filhos a pensar e fazer escolhas racionais sobre o consumo é a melhor forma torné -los responsé veis. O poder de tomar decisões inteligentes aumenta a sensação de domé nio das emo ões, eleva a auto-estima e liberta os jovens das cadeias de ilusões que os mantem refé ns do consumo. Do contrário, quando não puderem consumir, os jovens tendem a apelar para outras formas de satisfações e compensações imediatas, tais como sexo irresponsável, abuso de drogas, entre tantos outros paliativos – nocivos e ineficazes – para fugir das frustrações.