Veja como a mesada pode ajudar na educação financeira de crianças e adolescentes
20/06/18

Veja como a mesada pode ajudar na educação financeira de crianças e adolescentes

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É preciso conversar com seu filho sobre o uso do dinheiro. Sim! Educação financeira é para todos e não apenas para pessoas ricas. Pensar sobre o consumo desde cedo é fundamental na formação de adultos mais conscientes nas suas escolhas. No processo de educação financeira, especialistas sugerem um instrumento precioso: a mesada.

Recebendo dos pais um valor periódico, crianças e adolescentes podem experimentar situações da vida adulta como querer comprar algo que custa mais do que sua renda. Na prática, eles vão aprendendo a comparar preços, pedir descontos, poupar, planejar. Lições fundamentais, sobretudo, em tempos de crise.

O economista e professor da Faculdade Estácio São Luís, João Bosco Mousinho Reis, explica que um dos benefícios da mesada é o de ensinar à criança que dinheiro é difícil de ser adquirido e, ainda, que é importante ter uma reserva financeira para o futuro.

Como faz a formiga, na fábula. Enquanto a cigarra canta o verão inteiro, ela trabalha duro e consegue garantir comida durante o inverno. É preciso superar o consumo imediatista, por impulso, e planejar para curto, médio e longo prazo.

“Quando a criança desenvolve a ideia de valor das coisas que deseja, como um brinquedo, por exemplo, isso abre uma janela de oportunidade para ela aprender a lidar com dinheiro. Claro que o entendimento de matemática também deve ser considerado para que o aprendizado seja adequado”, diz Bosco Reis.

O economista explica, porém, que a mesada não serve para atender às necessidades básicas de uma criança, como alimentação e educação. Ela serve mais como uma forma de dar à criança ou adolescente alguma autonomia sobre o que ela deseja e pode ter.

Para a psicóloga do Hapvida Saúde, Lívia Vieira, o exemplo dos pais também é fundamental na educação financeira dos filhos. Cabe a eles conversar e ensinar o valor de dinheiro e como administrá-lo de maneira responsável. “Os adultos precisam se conscientizar que são o maior exemplo das crianças. Os pais precisam sempre estabelecer elos de confiança e parceria com seus filhos. Não seria diferente no quesito financeiro”, considera a psicóloga.

O educador financeiro Álvaro Modernell ressalta que a mesada não pode ser objeto de troca por boas notas ou bom comportamento. “A criança tem que entender que tem deveres e isso não deve ser estimulado pelo dinheiro para que não se incentive a criação de uma personalidade mercenária. Não se deve pagar para arrumar o quarto, para guardar os brinquedos. São deveres das crianças independentemente de mesada”, defende.

Autor de vários livros sobre o assunto, como “O pé de meia mágico” e “Zequinha e a porquinha Poupança”, ele diz que o valor da mesada deve ser calculado de acordo com a realidade de cada família. “O importante é os pais passarem a noção muito clara do nível econômico deles. O filho não tem que receber o mesmo valor de mesada que o colega da classe recebe. Se puder dar R$ 100, dê R$ 50. A escassez ensina mais que abundância”, acredita.